Vimos o PDT renascer na força do povo: a potência dos movimentos sociais em unidade histórica

No dia 05 de dezembro de 2025, vivi um dos momentos mais marcantes da minha trajetória dentro do PDT. Estive presente em um encontro que, para mim, já se inscreve entre os mais luminosos da história recente do partido: um grande ato de reorganização orgânica, de retomada identitária e de reafirmação profunda do nosso trabalhismo como força viva que nasce do povo brasileiro.

Pela primeira vez, testemunhei todos os movimentos sociais de base do PDT reunidos, cada um representado por integrantes nacionais. Ver essa unidade, rara na política contemporânea, foi como sentir, ali na minha frente, um sopro de vitalidade que reacendia o espírito brizolista de construção coletiva e democracia de base.

Sob a condução sempre sensível, firme e generosa do nosso presidente nacional Carlos Lupi, o encontro integrou o Diretório Nacional, dirigentes estaduais e representantes dos movimentos sociais. Eu vi, em cada momento, um ambiente de acolhida, de escuta verdadeira e de debates estratégicos que reafirmaram nossa vocação histórica: dialogar com o povo, construir com o povo e decidir a partir do povo. Ali, a organicidade do trabalhismo, tão distante das engrenagens frias da política tradicional, voltou a pulsar com força.

Os movimentos sociais são a respiração do PDT. Eu pude sentir isso de forma muito concreta. São eles que traduzem, em rosto e voz, as dores e as esperanças do nosso povo, sua cultura e seus valores:

• as mulheres que muitas vezes sustentam as famílias e são a sua própria resistência social, rompendo o ciclo da violência em busca de paz e dignidade;
• os jovens, sobretudo os pobres jovens, em sua maioria, negros das periferias, que clamam por oportunidades e futuro por meio de uma educação transformadora;
• os idosos que carregam na memória as lutas deste país;
• os povos indígenas que protegem nossos biomas com sabedoria ancestral;
• os defensores da vida, da ecologia, da natureza, da sustentabilidade e da soberania;
• as trabalhadoras e os trabalhadores que sustentam o Brasil real;
• e todos que enfrentam o preconceito de raça, classe e fé, conciliando sua espiritualidade, cristã, seja católica, seja evangélica, espírita, espiritualista, religiões de matriz africana, com os ideais humanistas do trabalhismo.

Cada movimento, para mim, é um território de humanidade, solidariedade, resistência e sonho. E cada um de nós reafirma que o trabalhismo é, acima de tudo, uma ética de cuidado: cuidado com o povo, com a dignidade e com o futuro.

O trabalhismo é a chama indomável que nasce quando o povo decide viver de pé.

É rebeldia contra injustiças. É coragem para enfrentar tempestades.

É a voz que afirma, sem medo, que o Brasil pertence ao seu povo. Não é doutrina fria. É movimento vivo. É o povo defendendo direitos. É a certeza de que liberdade exige dignidade, e de que nenhum futuro é grande se excluir alguém.

É Brizola e Darcy acendendo escolas, CIEPS, revolucionando o aprender e o ensinar…

O trabalhismo é a humanidade organizada. É a força coletiva em marcha. É o sonho altivo de um Brasil justo, soberano, feito pelo povo e para o povo.

Entre os movimentos presentes, vi o nosso Ecotrabalismo brilhar como uma chama vibrante dentro da grande luz trabalhista que Brizola acendeu. Vi nossa delegação simbolizar, com intensidade, a alma humanista do PDT e nosso compromisso histórico com a proteção da vida em todas as suas formas.

Sob a liderança firme da nossa presidente nacional Ivana Groff, o movimento também esteve representado por seus vices Felipe Gomes, Everton Gomes, Nelton Friedrich, João Bachega, o secretário-geral, por mim, Hari Brust Filho, tesoureiro e coordenador de marketing e publicidade, por Júlio França, coordenador de regionais, Luiz Castro, conselheiro e Vanessa Frolim, presidente de Niterói (RJ), entre outros companheiros. Juntos, representamos o espírito ecotrabalhista: um espírito que luta, com paixão e técnica, por justiça climática, soberania ambiental, sustentabilidade e por um modelo de desenvolvimento que não abandone o povo nem destrua a natureza.

O ano de 2025 foi histórico para nós ecotrabalhistas: Participamos da Conferência Nacional do Meio Ambiente com 14 delegados; realizamos nossa Convenção Nacional na sede do PDT; Nossa  executiva nacional participou de reunião estratégica com o presidente Lupi; e estivemos na COP30, em Belém, onde lançamos nossa cartilha, apresentamos debates qualificados e entregamos ao país a Carta de Belém, lida na cúpula dos povos pelo presidente Lupi, documento que se irmana à tradição brizolista inaugurada pela Carta de Lisboa.

Nessa cartilha, consolidamos as 12 propostas centrais que orientarão candidaturas e projetos políticos em todo o Brasil. Para nós, meio ambiente não é pauta lateral, é parte estruturante da luta por soberania nacional, justiça social e desenvolvimento sustentável. Por tudo isso, o Ecotrabalismo se afirmou como um dos protagonistas desse encontro. Vi um movimento maduro, forte e reconhecido, que se consolidou como referência interna e externa do PDT.

E, no fim, compreendi algo profundo: Este encontro foi um renascimento. A retomada da organicidade brizolista, tão sonhada, tão necessária, tão urgente. A lembrança de que nosso partido não vive de gabinetes: vive de gente.

É a reafirmação de um PDT forte, orgânico, pulsante, conectado às bases e fiel à sua vocação histórica: carregar, em sua estrutura e em sua alma, o verdadeiro rosto do povo brasileiro.

*Ivana Groff é presidente Nacional do Movimento Ecotrabalhismo do PDT.

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